IA como ferramenta
Minha trajetória profissional sempre esteve ligada à criação de experiências com propósito.
Comecei como Product Manager, mas com o tempo, fui sendo atraída pela investigação mais profunda do comportamento humano, das motivações e das dores que muitas vezes não aparecem nos dados brutos.
E foi ai que a inteligência artificial passou a ocupar um lugar importante — não como modinha, nem como atalho, mas como uma parceira estratégica.
Antes da IA: esforço alto, baixo retorno
Se você já trabalhou com pesquisa qualitativa, sabe o quanto o processo pode ser exigente: entrevistas longas, transcrições manuais, organização de achados, e a pressão constante de transformar tudo isso em algo útil para o time de produto.
Eu me via gastando mais tempo limpando e organizando dados do que realmente pensando sobre eles. E isso me frustrava. Porque o valor da pesquisa não está na tarefa operacional, mas na capacidade de gerar sentido — e fazer as perguntas certas.
A virada: integrar IA com intenção
Comecei a experimentar ferramentas de IA com um objetivo muito claro: tirar fricção do processo para poder focar na análise crítica e na comunicação estratégica.
Mas usei com cautela. Sem abrir mão do olhar humano, da escuta atenta, da empatia.
A IA passou a me ajudar a:
Refletir melhor sobre as perguntas que eu estava fazendo
Explorar padrões iniciais em entrevistas
Criar visualizações que facilitam o entendimento dos achados
E até pensar em metáforas que conectam dados e emoções
Ela virou uma extensão da minha capacidade analítica e criativa.
Uma espécie de copiloto — mas quem continua dirigindo sou eu.
Um exemplo prático
Em uma pesquisa recente sobre educação digital, segui um processo híbrido:
Realizei entrevistas qualitativas com estudantes
Transcrevi e limpei os dados com apoio de IA
Fiz uma pré-análise com sugestões de agrupamentos por semântica
Criei representações visuais das principais dores e motivações com IA de imagem
O resultado? Um relatório mais claro, mais envolvente e mais útil para o time de produto — inclusive para quem não está acostumado com pesquisa qualitativa.
O que eu aprendi nesse processo
A IA não substitui minha análise. Ela potencializa meu olhar.
Usar IA com propósito me permitiu:
Ser mais rápida sem abrir mão da profundidade
Ser mais estratégica na forma de comunicar resultados
E até experimentar novos formatos de entrega — como este carrossel que criei com o apoio de IA em cada etapa
IA com propósito é sobre fazer melhores perguntas
A tecnologia, sozinha, não entrega boas decisões.
Mas quando usada com intenção, ela pode ampliar o que a gente tem de melhor como pesquisadoras e designers: o olhar curioso, a escuta ativa e a capacidade de fazer conexões relevantes.